terça-feira, 21 de junho de 2011

Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade


             
                   
                   
O MEC define condutas típicas como manifestações comportamentais típicas de portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento da pessoa e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado. As condutas típicas possuem uma variedade muito grande de comportamentos e tipos de transtornos, por isso dividem-se os quadros de condutas típicas em dois quadros: os voltados para si, e os voltados para o outro. Os voltados para si são caracterizados por fobias, alheamento, recusa para contato, timidez, auto-agressão, choro, riso imotivado. Os voltados para os outros são caracterizados por agressividade, faltar com a verdade, possíveis roubos, gritos, locomovem-se o tempo todo, comportamentos maliciosos, comportamentos vingativos.
 Essas atitudes se manifestam num contínuo, desde a simples inquietude até comportamentos estranhos, que permanecem por um tempo prolongado, acima de seis meses. Portanto, o grau de severidade vai depender de variáveis tais como: sua freqüência, intensidade e duração.
A tendência maior ou menor do aparecimento dos sintomas depende da freqüência em que ocorre de acordo com o esperado para a idade ou gênero do aluno por se tratar de indicadores de condutas típicas. Os determinantes de condutas típicas podem ser de ordem biológica, psicológica, comportamental ou social. Não existem padrões únicos de denominação de comportamentos no que se refere a condutas típicas. Um exemplo de condutas típicas são os Distúrbios de Atenção, os sintomas são: dificuldade em atender a estímulos não conseguindo manter a atenção pelo tempo requerido pela atividade, movimentação de cabeça o tempo todo, selecionam aspectos limitados da realidade. Outra conduta típica é a Hiperatividade, que se caracteriza basicamente pelos sintomas: Inabilidade para controle motor; constante mobilidade e agitação motora impedindo envolvimento com a ação e tarefa.
Características Básicas: desatenção; agitação e impulsividade.  Essas características levam a dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, índices de baixo desempenho escolar.
  Outros sintomas são: Não prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido, ter dificuldades de concentração, ter dificuldades em seguir regras, distrair-se constantemente com coisas que não têm nada a ver o que está fazendo, ser muito agitado, perder coisas importantes, ficar remexendo as mãos ou os pés quando sentado.
O transtorno de TDH é a associação do Déficit de Atenção com a Hiperatividade, esse transtorno em geral é acompanhado por algum tipo de impulsividade, alheamento e agressividade, ou a associação dos três. A impulsividade é caracterizada por: agir sem pensar, analisar ou avaliar as conseqüências dos próprios atos. O alheamento é caracterizado por: esquivamento ou recusa em manter contato com outras pessoas ou ambiente. Já a agressividade é caracterizada por: ações dirigidas a si e aos outros ou objetos que provoquem situações desconfortáveis a quem convive com os transtornos de agressividade da pessoa que sofre desse tipo de conduta típica.  





Dificuldades Clínicas




É muito comum ficarmos na dúvida a respeito da causa real do comportamento de uma criança ou jovem com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. A razão dessa dúvida são os vários problemas que provocam sintomas idênticos aos do TDAH. Em alguns casos, a falta de diagnóstico do transtorno pode levar a diagnósticos de Ansiedade, Depressão ou Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Em outros, a intensidade dos sintomas de TDAH pode provocar Transtorno de Conduta ou Depressão. Mas esses transtornos também podem ocorrer simultaneamente com o TDAH - as chamadas comorbidades - e devem ser tratados ao mesmo tempo, embora de maneira diferente e específica, de acordo com as recomendações próprias para cada um.
O objetivo de uma avaliação abrangente, portanto, é definir exatamente as condições que estão provocando os sintomas apresentados pela criança.
É preciso muito cuidado ao se fazer um diagnóstico de TDAH, pois algum tipo de desatenção ou hiperatividade pode ser característico da faixa etária, escola ou currículo inadequados podem originar comportamento idêntico àquele resultante de TDAH, da mesma forma que um ambiente familiar caótico pode gerar comportamentos não aceitáveis. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mas fácil evitar o desenvolvimento de outros problemas. Um profissional com bastante experiência no assunto deve ser a pessoa a comandar a avaliação, de modo a possibilitar um tratamento correto e adequado.

As comorbidades que mais freqüentemente acompanham o TDAH são:
- Transtorno Opositivo Desafiador (60%)
- Problemas de Aprendizagem (40%)
- Transtorno de Conduta (30%-40%)
- Depressão (40%-50%)
- Ansiedade (25%)
- Transtorno Bipolar (25%)
- Síndrome de Tourette (50% dos que têm esse diagnóstico têm também TDAH)

O Transtorno Opositivo Desafiador está relacionado com dificuldades dos pais em lidarem com os filhos, um ambiente familiar disfuncional e a um histórico de depressão em um ou ambos os pais. O comportamento padrão das crianças é negativo hostil, apresentando-se argumentadores, freqüentemente perdendo a cabeça, incomodando ou culpando os outros deliberadamente. Distingue-se do comportamento de um portador de TDAH por não apresentar a agitação marcante que o caracteriza, o mesmo padrão de desatenção, a impulsividade típica e atrasos no desenvolvimento.
Os Transtornos da Aprendizagem só são assim denominados quando houver uma diferença visível entre o potencial intelectual e o desempenho acadêmico. Normalmente, aparecem quando o trabalho escolar se torna mais difícil e a criança precisa apresentar um rendimento que não é capaz. Os problemas de atenção são relacionados com tarefas específicas.
Depressão se caracteriza por uma mudança de comportamento durante 2 ou 3 semanas. Nesse período, há aumento da negatividade, perda de interesse ou prazer por atividades exercidas anteriormente, os problemas de atenção são relacionados com tarefas específicas, a disposição geral é de irritabilidade, desamparo e infelicidade. No TDAH, os sentimentos de tristeza, desamparo e baixa auto- estima são resultado da deficiência de capacidade, os problemas perduram por longo tempo, a falta de atenção é global e estão presentes superexcitação e impulsividade hiperativas.
A Ansiedade provoca inibição e timidez, ao contrário do que ocorre com portadores de TDAH, que são hiperativos e impulsivos. Pessoas ansiosas são agitadas mas preocupadas a respeito de tudo ou de coisas e situações específicas, têm dificuldade de focalizar a atenção em certas ocasiões mas conseguem sustentá-la quando estão relaxados, enquanto que o problema global de atenção doTDAH não sofre esse tipo de variação. Há ausência de hiperatividade precoce mas presença de histórico familiar da condição.

Texto tirado do site: http://www.hiperatividade.com.br

Filme procurando Nemo

Nemo, animado, destemido, impulsivo podemos tachá-lo de hiperativo mas perde para a personagem Dory que é inquieto e muito disperso, ou melhor apresenta vários dos sintomas de TDAH, ela vive em um mundo só seu, é desastrada e esquecida  mas logo consegue cativar o pai de Nemo o peixe-palhaço chamado Marlin.
No inicio Marlin não suporta essas características de Dory, mas logo se afeiçoa a ela no final do filme há um dialogo entre eles onde Dory diz: “Ah não, não me deixe sozinha. Você foi a única pessoa que conseguiu ficar comigo por tanto tempo!”. 
No filme as características de TDAH que podemos identificar são: dificuldades para manter atenção, são facilmente distraídas por estímulos externos ou internos, geralmente são esquecidas justamente pela falta de atenção, são impulsivas e apressadas.  
No filme podemos perceber isso quando aceita o convite do Tubarão e aceita confiar na baleia sem nenhum tipo de ponderação, claro que é um filme e o final feliz está garantido mas na vida real os que tem TDAH enfrentam  dificuldades por serem desorganizados. 
Por outro lado como também podemos ver no filme, quem tem TDAH gosta de se sentir útil e sofrem de baixa auto-estima, medo da rejeição, mas geralmente são bem-humorados e boas companhias desde que se tenha paciência e disposição para aguentar seu pique. 

Interpretações biológica e sociológica do fenômeno


            Em 1937 Bradley descreveu uma síndrome de hiperatividade, a qual incluía desatenção, memória fraca e falta de inibição e teria como causa, uma leve lesão no Sistema Nervoso Central.
Exames neurológicos indicaram que o quadro não era produto de lesão, mas de uma disfunção em determinada região cerebral. Assim, estruturou-se o conceito disfunção cerebral mínima (DCM), cujas manifestações teriam repercussão no comportamento e/ou na cognição do portador, porém não afetariam a inteligência e não indicariam alterações significativas nos exames físicos, neurológicos e laboratoriais (Moysés & Collares, 1992).
Em 1987, a revisão do DSM III utilizou o termo Attention-Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) para denominar o transtorno, o qual foi subdividido em 1994 pelo então DSM IV em três subtipos: o TDAH com predomínio de sintomas de desatenção, o TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade e o TDAH combinado.
 Os sintomas deste transtorno abrangem três categorias: desatenção (dificuldade para sustentar a atenção por períodos prolongados, seguir instruções, completar as lições e organizar tarefas; tendência a perder objetos, esquecer compromissos e distrair-se com estímulos externos); hiperatividade (agitação motora,inquietude e tendência a falar excessivamente); e impulsividade (dificuldade de aguardar sua vez e tendência de interromper os outros ou intrometer-se em assuntos alheios).
Para inabilidades acadêmicas específicas como leitura, expressão escrita ou matemática, o DSM IV reservou o termo Transtornos de Aprendizagem. Barkley (2000/2002) localiza as causas do TDAH no desenvolvimento anormal do cérebro, produzido por fatores genéticos, ambientais (como exposição do feto ao álcool e tabaco) e sociais, sendo que os primeiros prevaleceriam sobre os demais. Fatores sociais, segundo o autor, podem prognosticar a gravidade do quadro ou a presença de comportamentos mais agressivos ou desafiadores.
A visão médica, portanto, define o problema em termos biológicos e está voltada para o tratamento dirigido a um indivíduo que apresenta uma deficiência. O procedimento recomendado consiste em avaliação por pediatra para descartar causas médicas, diagnóstico baseado nos critérios do DSM-IV e tratamento combinando medicamentos e programas educacionais ou psicoterápicos para ajudar o portador a desenvolver estratégias compensatórias (Barkley, 2000/2002).
 (Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) _ Volume 12 Número 1 Janeiro/Junho 2008 _ 153-167)

TDAH um tipo de Conduta Típica

Variedade grande de comportamentos.

Voltados para si:                                               
Fobias, alheamento agressividade, falta                        
Timidez, auto-agressão locomove-se o tempo                                                                                                       

Voltados para o outro:                                                                            
 Recusa para contato c/a verdade, rouba, grita,
 choro/riso imotivados todo, comportamentos maliciosos, vingativos.                                                                                                                                                

É importante observar atitudes que se manifestam num contínuo, desde a simples inquietude até comportamentos estranhos, que permanecem por um tempo prolongado, acima de seis meses. Portanto, o grau de severidade vai depender de variáveis tais como: sua freqüência, intensidade e duração.
A freqüência de um comportamento, maior ou menor do que o esperado para a idade e gênero do aluno, pode ser indicadora de condutas típicas (c.t).
Seus determinantes podem ser de natureza biológica, psicológica, comportamental e/ou social;
Não existe um padrão único de comportamento denominado c.t.
Seus efeitos são destrutivos se não for abordado o problema.

O Professor diante de alunos com Condutas Típicas


Nenhuma criança com Condutas Típicas é igual à outra, cada uma apresenta particularidades e especificidades inerentes a cada caso.
Nesse sentido a relação professor/aluno necessita basear-se no conhecimento que se tem sobre as Condutas Típicas e as características individuais dos alunos, de maneira afetiva abolindo toda forma de preconceito e estimulando o respeito ao outro.
O perfil do educador comprometido com a inclusão de seus alunos, necessita estar vinculado aos valores éticos, com sólida formação acadêmica e teórica, com uma postura observadora, questionadora e humanista. Procurando parcerias com outros profissionais para diagnosticar e saber trabalhar com esses comportamentos, em consonância com a família que possui o poder de decidir ou não por uma intervenção ou tratamento.
Cabe ainda ao professor estar em constante formação continuada, avaliando suas práticas para planejar, implantar e avaliar programas, planos e projetos de atendimento individual especializado, incentivando a participação de toda a comunidade escolar no processo educacional.
E à instituição escolar cabe a tarefa imprescindível de subsidiar as práticas pedagógicas de seus educadores nesse processo de inclusão.

Estratégias que o professor pode utilizar:
http://www.youtube.com/watch?v=Je5j1vq5XTo&NR=1&feature=fvwp